segunda-feira, 3 de abril de 2017

Erros e Falhas


Vou começar este texto pedindo desculpas aos leitores que, às vezes, tropeçam em alguns erros no transcurso da escrita. É o seguinte: quando estou escrevendo, saio atropelando tudo: língua, palavras, concordância... tudo! É uma corrida maluca, onde quero chegar ao fim logo, para não perder a ideia no meio do caminho. Porque, quando a gente perde a ideia, a gente perde um tempo enorme procurando por qual motivo resolveu escrever o texto. A gente perde o principal do texto: o motivo. Eu pelo menos sou assim: só escrevo motivado por algo. Parece que fui picado por alguma coisa, aí começo a coçar... Ainda bem que eu escrevi um texto “Escrever e Coçar, é só Começar”.

Até aqui, ainda não estou perdido não, mas juro que já estou procurando olhar para onde é que estou indo. É justamente quando começa essas preocupações, que a gente se perde. Imaginem se a gente for ficar procurando a concordância mais perfeita etc. É aí que a vaca corre para o brejo, e a gente vai atrás. Vocês já devem ter percebido que, a essas alturas, já estou correndo atrás da vaca, não é? Pois estou mesmo. Perdi a faixa de sinalização. Só que não quero ficar parado, procurando, porque pode ser pior. Vou seguindo pelo brejo mesmo... Quem sabe lá adiante eu não encontre uma estrada asfaltada?

Estou no brejo e me lembro que já li alguns romancistas dizerem que, às vezes, os personagens criados por eles eram quem conduziam as próprias falas. Como aqui o personagem sou eu (ou não?), tenho que procurar um jeito de chegar ao fim de qualquer maneira... Vou ficar enrolando até o “motivo” voltar. Quem se arriscar a ler que engula esta xaropada ou então bote fora.  Nessa brincadeira de enrolar, o “motivo” já piscou três vezes, e eu o perdi...

Piscou! O “motivo” é este: se eu for ficar parando para verificar se está tudo certo, nunca chego ao fim. Aí acabo perdendo a motivação, deixando para depois e não acabando nunca. Como eu disse: saio atropelando tudo, e só deixo para dar uma revisada quando acabo. Dou umas duas revisadas, vem o fogo de ver o texto no ar, e acabo postando. Não consigo fazer como já disseram os mestres Drummond e Quintana: deixar na gaveta esfriando, para depois ir podando os erros, as falhas. Quando tento fazer isso, acabo podando é minha euforia. Às vezes quando leio um texto meu, já com o sangue frio, acho que está ruim e termino não postando. Eles tinham profissionais à disposição para fazerem a revisão dos textos deles, eu não. Eu só conto com o auxílio valoroso do computador. Quando ele grifa de vermelho, já sei que é uma pedra. Aí lá vai eu retirá-la para que meu amado leitor não tome uma topada. Mas vá com cuidado, porque sempre ha uma pedra no meio do caminho, que eu não soube (ou esqueci de) retirar. 

A.J. Cardiais
19.01.2012
imagem: a.j. cardiais

Nenhum comentário: